Policiais civis resgataram, na terça-feira (29/8), 50 pessoas mantidas em cárcere privado e que eram vítimas de tortura em uma clínica clandestina na zona rural da cidade de Anápolis. Todas as vítimas são homens, entre 14 e 96 anos. Segundo a equipe da Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso, da 3ª Delegacia Regional de Anápolis, responsável pelas investigações, entre os resgatados estão pessoas com deficiência intelectual, cadeirantes, autistas e alguns dependentes químicos. Também de acordo com a polícia, as vítimas eram trancadas em ambiente insalubre, com alimentação precária, sem medicação e sem acompanhamento médico ou psicológico. Seis pessoas foram presas.
Consta nas investigações que os 50 homens resgatados foram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram confinados mediante pagamento de, no mínimo, um salário mínimo mensal por parte de familiares. “Vários apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação”, informou a Polícia Civil de Goiás.
Um casal responsável pela clínica e quatro funcionários do local foram presos. Os funcionários, segundo as investigações, agrediam os pacientes. Todos responderão por tortura e cárcere privado qualificado. “Eles foram recolhidos na cadeia pública, com exceção de um, que fugiu durante a diligência e segue sendo procurado”, divulgou a polícia.
Suporte
As vítimas resgatadas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis. Todos os homens que viviam na clínica receberam alimentação, serviços de higiene e primeiros socorros no estádio da cidade, local onde foi montada uma força-tarefa para recebê-los.
Os servidores realizaram a identificação das vítimas e se mobilizaram para localizar familiares, já que muitos são de outros Estados. Alguns que precisaram de atendimento médico foram resgatados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e, em seguida, hospitalizados.
