No fim de 2023, estreou na Netflix uma sequência improvável: A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets, mais de duas décadas depois do lançamento do filme original. E mais: ainda usando o estilo de animação stop-motion tradicional dos britânicos da Aardman Animation. Desde o princípio, houve uma preocupação: esse filme é pra quem? Quem era criança na época do original agora é adulto, e será que as crianças de hoje se interessariam por uma premissa tão simples?
A resposta é que ele provavelmente é para todos e essas questões mercadológicas não foram tanto o foco da Aardman na sua execução. Além de belissimamente animado com técnicas tradicionais, o filme é leve, engraçado e tão atemporal quanto o que lhe deu origem: nada de referências ultraespecíficas para tentar engajar com a moçada no Tik Tok por aqui.
A premissa é um pouco diferente da do primeiro filme: as galinhas agora precisam invadir uma granja que está transformando frangos em nuggets para salvar Molly, filha dos protagonistas Ginger (agora vivida por Thandiwe Newton, antes dublada por Julia Sawalha) e Rocky (Zachary Levi, anteriormente dublado por Mel Gibson). A trama é inocente, simples e engraçada e consegue encontrar um equilíbrio mágico de não ser madura demais, nem infantil demais.
Enfim, A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets é um achado raro em um cenário paralisado por mesmice, filmes feitos pelo algoritmo a toque de caixa e mecharndising disfarçado de cinema. Vale o seu tempo e o dos seus pequenos.
