Política

Vereador do Partido Novo denuncia gastos excessivos e descaso com a saúde em Goiânia

Prioridade da gestão é questionada diante de compras suspeitas e falta de recursos essenciais nas unidades de saúde

O vereador Telêmaco Brandão (Novo) usou a tribuna da Câmara Municipal de Goiânia para fazer duras críticas à gestão municipal. Em seu discurso, ele trouxe à tona graves denúncias envolvendo o descaso com a saúde pública e gastos considerados exorbitantes por parte da Prefeitura.

Telêmaco relatou situações alarmantes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Noroeste, onde, segundo ele, a falta de itens básicos como fios para sutura obrigou pacientes a serem encaminhados a outros postos de saúde no último fim de semana. “É inaceitável que pessoas com cortes e sangramentos sejam mandadas embora porque não há material essencial”, afirmou.

Além disso, o parlamentar denunciou que os servidores da unidade estariam utilizando seus próprios celulares para realizar chamadas, já que os telefones fixos das unidades de saúde estariam cortados por falta de pagamento.

Compras milionárias sob suspeita

Em tom crítico, o vereador apresentou documentos que apontam gastos milionários da Prefeitura em itens cujo preço de mercado seria significativamente inferior ao valor pago. Segundo Telêmaco, a administração adquiriu 10 mil litros de tinta ao custo de R$ 443 por litro, resultando em um gasto total de aproximadamente R$ 4 milhões. “No mercado, uma tinta bacteriana de marcas internacionais custa, em média, R$ 50 por litro. A diferença é gritante e inexplicável”, destacou.

O parlamentar também mencionou uma compra de livros que teria custado R$ 1.228 por unidade, totalizando 5 mil exemplares destinados a uma secretaria com apenas 900 servidores. “Enquanto isso, postos de saúde estão sem estrutura e sem materiais básicos. É um verdadeiro desaforo com a população goianiense”, criticou.

Falta de prioridade

O vereador questionou a ausência de planejamento e prioridades da atual gestão municipal. “Estamos vendo maternidades fechadas, pessoas morrendo nas filas dos hospitais, e a Prefeitura gastando cifras milionárias em livros e tintas superfaturados. Onde está a prioridade dessa gestão?”, indagou.

Telêmaco também fez referência à situação enfrentada por pacientes em unidades de saúde, onde medicamentos e insumos básicos, como seringas e agulhas, precisam ser comprados pelos próprios cidadãos. “Chegamos ao ponto de obrigar as pessoas a saírem do posto de saúde para adquirir os itens necessários em farmácias. Isso é um reflexo da má gestão que estamos vivenciando”, afirmou.

Providências judiciais

O parlamentar garantiu que tomará as medidas necessárias para responsabilizar a gestão municipal pelos problemas denunciados. “Estamos fiscalizando e levaremos essas irregularidades à Justiça nas próximas horas. A população de Goiânia não pode continuar sendo vítima dessa administração desastrosa”, assegurou.

O discurso de Telêmaco Brandão reforça o papel do Legislativo como fiscalizador das ações do Executivo, especialmente em um momento em que a saúde pública enfrenta desafios significativos. A denúncia reacende o debate sobre a transparência e a eficiência nos gastos públicos, com foco na urgência de priorizar áreas fundamentais como a saúde.

A Prefeitura de Goiânia ainda não se manifestou oficialmente sobre as denúncias apresentadas pelo vereador.

Por: Fernanda Cappellesso

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