Política

Valdemar diz que PL fará oposição a Lula e que Bolsonaro ganhará cargo no partido

O atual chefe do Executivo federal foi convidado para ser presidente de honra da legenda a partir de 1º de janeiro de 2023

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, informou nesta terça-feira (8) que o partido fará oposição ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e anunciou que convidou Jair Bolsonaro (PL) para ser presidente de honra da sigla. O político afirmou, ainda, que o atual chefe do Executivo será candidato da legenda ao Palácio do Planalto em 2026.

“A maioria dos deputados e senadores escolhidos pela nação são defensores do mesmo ideal que o PL defende. Ideias, valores e bandeiras que foram glorificados com a chegada do presidente Bolsonaro ao nosso partido. Portanto, o PL não renunciará às suas bandeiras de ideias”, afirmou Valdemar.

“Será oposição aos valores comunistas e socialistas. Será oposição ao futuro presidente. O PL seguirá mais forte do que nunca na busca pela construção de uma nação unida pela liberdade, verdade e fé”, completou.

As declarações foram dadas durante uma coletiva de imprensa em Brasília. Na ocasião, Valdemar anunciou, ainda, que convidou Bolsonaro para ser presidente de honra da legenda. “Nós queremos que ele comande o nosso partido, queremos Bolsonaro à frente dessa luta que ele construiu.”

Segundo Valdemar, a ideia, ainda inicial, é construir uma estrutura para Bolsonaro nas dependências do edifício do partido. Não há, ainda, valores da remuneração do atual chefe do Executivo federal em seu novo cargo.

“Para que ele possa continuar cultivando esses milhões de seguidores que ele tem, a estrutura vai ser a que ele necessitar. Nós temos uma área anexa ao partido, quero montar a estrutura dele lá, e o que ele necessitar nós vamos fazer para ele. É importante que ele corra pelo Brasil, continue fazendo política”, disse.

Eleições

Valdemar evitou expor suas avaliações sobre o resultado e a confiabilidade das urnas eletrônicas. Na coletiva de imprensa, o presidente do PL afirmou que espera o relatório produzido sobre o assunto pelo Ministério da Defesa. O documento citado será apresentado nesta quarta-feira (9) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“Nós temos questionamentos que fizemos ao TSE e estamos aguardando. E vamos aguardar amanhã o relatório do Exército, para saber o que eles vão trazer, ter conhecimento disso, é importante para nós. Mas não temos previsão, não temos nada na mão”, relatou Valdemar.

Para as eleições deste ano, o TSE convidou as Forças Armadas para compor a CTE (Comissão de Transparência das Eleições), um colegiado externo com o objetivo de coletar sugestões para aprimorar o processo eleitoral. Além dos militares, participaram membros da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e de outras instituições públicas e da sociedade civil.

Desde que passou a atuar na CTE, a Defesa fez vários questionamentos ao TSE e levantou dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, apesar do fato de que os equipamentos passam por diversas etapas de preparação e fiscalização, tanto interna quanto externa. Como mostrou o R7, as indagações feitas pelos militares foram as primeiras em 26 anos de urna no Brasil.

Nas eleições deste ano, Bolsonaro levantou suspeitas sobre as urnas e acusou o sistema de fraude, sem apresentar provas. Valdemar foi indagado sobre a possibilidade de o partido apoiar Bolsonaro caso o presidente questione o resultado eleitoral. “Ele só vai questionar se tiver algo na mão. Se não, não. Estamos esperando o relatório do Exército, para ver se tem alguma inconsistência, para ver se pode questionar o TSE.”

PEC da Transição

Durante a coletiva de imprensa, também foi perguntado a Valdemar se o partido apoiará a PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição — a medida é analisada pelo governo eleito como forma de manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 e ganho real do salário mínimo.

Valdemar destacou que conversou com Bolsonaro sobre o assunto e, se a medida for, de fato, benéfica ao país, a legenda deverá votar a favor da proposta. “Ele falou que todos esses assuntos têm que levar para bancada, e resolveremos juntos. Se é de interesse público, de interesse do país, o Bolsonaro falou isso, nós vamos votar a favor, mas tudo tem que ser discutido antes.”

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