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‘Tenho gênio forte mesmo’, diz Silvia Abravanel, filha mais polêmica de Silvio Santos

"Não finjo ser um anjinho e depois viro um dragão. Sou verdadeira."

(FOLHAPRESS) – Filha número 2 de Silvio Santos, Silvia Abravanel diz ter herdado, ainda que de forma não biológica, muitos traços da personalidade do pai – inclusive o talento para se comunicar. Apresentadora da emissora da família, onde começou como “estagiária do estagiário”, ela diz que nada veio fácil, na carreira ou na vida. Com fama de temperamental, Silvia não nega que tem “personalidade forte” e diz optar por falar a verdade sempre, como na recente entrevista em que falou sobre as desavenças entre os Abravanel. Em conversa com F5, ela fala das relações entre as irmãs, do choque inicial ao saber que foi adotada e das polêmicas em que se envolveu. “Não finjo ser um anjinho e depois viro um dragão. Sou verdadeira.”

PERGUNTA – Você disse recentemente que a sua família não é perfeita. Por que falou isso?

SILVIA ABRAVANEL – Que família de verdade é uma família margarina? Nem a família da Rainha Elizabeth! Todo mundo tem problemas, discussões, confusões, perrengues, mas todo mundo se une, conversa. Nós não somos capas de revista todos os dias! Somos uma família normal. Não somos aquela família de lacinho cor de rosa na cabeça e se alguém falar isso, está mentindo. Desculpa.

P. – Te incomoda a fama de ser uma pessoa de temperamento difícil?

SA – Olha, no começo de qualquer relação, seja ela profissional ou amorosa, eu digo que tenho a personalidade forte. Tenho gênio forte, sim, sou ariana, sou oito ou oitenta. Ou eu amo demais ou odeio demais. Sei que tenho que ponderar um pouco porque nem todo mundo consegue me acompanhar. Mas, pra mim ou é ou não é. O mais ou menos já me deixa louca. Não me chocam esses comentários. Eu não finjo ser um anjinho e depois viro um dragão (risos). Sou verdadeira.

P. – Como foi o início do seu trabalho ao lado do seu pai?

SA – Eu tinha 16 anos e era estagiária do estagiário (risos). Eu era fiscalizada por um estagiário e fazia de tudo um pouco no SBT. Fiscalizava os banheiros do auditório, distribuía os lanches, conferia o pessoal das caravanas. Eu grudava nas pessoas para saber de tudo, queria aprender, e o meu pai incentivava. Mas, eu era isso: menos que um estagiário.

P. – Quando você percebeu que tinha talento para trabalhar com televisão? Sentiu medo?

SA – Medo? Eu tive pavor quando me colocaram para apresentar o programa Bom dia & Cia [comandou a atração nos últimos sete anos]. Seriam 15 dias só na apresentação e eu tinha que falar todos os dias que aquele programa era para que as crianças voltassem no dia seguinte. A direção me oficializou comandando o programa e ali eu descobri que tinha o dom tal como meu pai.

P. – Tem vontade apresentar outro tipo de programa?

SA – Tenho a ideia de fazer um programa de games. Mexer com esse público mais jovem. Criar uma coisa bem legal e para que as pessoas sejam aqueles personagens que eles estão jogando e, claro, valendo prêmio.

P. – Já pediu aumento para o seu pai?

SA – Pedi. Foi uma vez durante o Troféu Imprensa porque ele me deu o gancho fazendo uma pergunta e eu fui lá e pedi. ‘Eu quero um aumento’ e aí ele perguntou quanto eu ganhava. Lembro que tinha saído na época que o presidente do Brasil ganhava R$ 8 mil, e eu respondi que ganhava o mesmo e nada aconteceu. No ano seguinte, eu pedi de novo e ele me deu aumento. Deu para mim e para a Rebeca. Nós éramos apresentadoras mas ganhávamos como produtoras.

P. – O seu pai já foi criticado por suas opiniões, consideradas preconceituosas e até homofóbicas.

SA – A televisão, o meio artístico no geral, sempre foi um território livre. Um território de gays, transformistas, e meu pai sempre tratou todo mundo com respeito, e ensinou isso para nós. O negócio é que meu pai não tem filtro. Ele é espontâneo e qualquer coisa que fale, muitas pessoas já levam para um outro lado, que de fato não era aquele.

P. – Você e as suas irmãs conversam com ele, orientam…

SA – Meu Deus do Céu… Como você vai falar com um homem de mais 90 anos para parar de falar ou se controlar? (risos). É difícil.

P. – A política agora está entranhada na família: seu cunhado, Fábio Faria, é ministro das Comunicações de Jair Bolsonaro. O que você acha do governo? Em quem vai votar?

SA – Não entendo muito de política e não falo sobre isso. As pessoas mudam de opinião a todo instante, existem polarizações e discussões. Não gosto desse clima de hostilidade, agressividade. Eu tenho o meu candidato, o meu posicionamento, mas fica guardadinho para mim. Não me posiciono publicamente.

P. – Você tem uma quedinha por sertanejos? Seu ex-marido e seu atual namorado são cantores.

SA – Mas eu tive um relacionamento aí no meio (risos). Namorei um policial e até fiquei noiva, só que não deu certo. Aconteceu de o Gustavo [Moura, da dupla com Rafael], ser do meio sertanejo, porque na verdade eu ando no meio artístico e acaba acontecendo essa aproximação natural. Estamos muito bem, obrigada.

P. – Te incomoda ser chamada de filha número 2?

SA – Nada. Facilita para todo mundo porque nós somos cinco e era uma confusão danada em casa com os nomes. O meu sempre se confundiu e eu sempre gostei dessa coisa de número 2.

P. – Com qual das irmãs, você se dá melhor?

SA – Rebeca. Eu me dou com todas, mas ela é minha amiga e minha confidente.

P. – E tem alguma com quem você brigue com mais frequência?

SA – Nós não brigamos, mas temos personalidades fortes e aí a coisa fica quente: Patrícia.

P. – Silvia Abravanel por Silvia Abravanel:

SA – Sincera. Eu sofro de sincericídio e não uso máscara. Ninguém tem surpresa comigo e o meu pai ri com isso porque ele é assim também. Sou muito parecida com ele, o jeito e a personalidade. Acho que tem a ver com a convivência mais direta, porque eu trabalho desde cedo com ele. Criei esse vínculo de amigo, confidente, parceiro e ele é tudo pra mim.

P. – Você sempre soube que era adotada?

SA – Desde os quatro anos. A minha irmã [Cíntia] dizia que eu era adotada, e na minha cabeça ficou como se fosse uma doença terrível. Quando eu soube que não era doente, fiquei super feliz e aliviada. Era e sou filha do coração, e está tudo certo. Sempre fui muito grata e tenho orgulho. Pai e mãe são aqueles que criam e eu sempre tive tudo. Nunca senti diferença.

P. – Conheceu a sua mãe biológica?
SA – Não conheci, mas tenho muita gratidão por ela, que tinha duas opções: me tirar ou me ter. Ela me teve, me deu o dom da vida. A minha vida é só gratidão.

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