Política

Tática de Mabel pressupõe superar Vanderlan em agosto e disputar 2º turno com Adriana Accorsi

Adriana Accorsi pode ir para o segundo turno tão isolada quanto no primeiro turno, exceto se conquistar o apoio de Vanderlan Cardoso

O pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo União Brasil, Sandro Mabel, conta com um hábil estrategista em sua campanha. Trata-se do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil.

Neste momento, ao mesmo tempo em que Sandro Mabel é mostrado à sociedade, opera-se um cerco político com o objetivo de isolar, cada vez mais, o pré-candidato do PSD a prefeito da capital, o senador Vanderlan Cardoso.

Cerca de 40% a 50% dos membros do PSD — como o ex-deputado Francisco Júnior, Vilmar Rocha (apoiará, mas de longe), Murillo Marques e Weslei Borges — não apoiarão Vanderlan Cardoso. A maioria dos membros do partido estará na campanha de Sandro Mabel.

O número de candidatos a vereador que apoiam Vanderlan Cardoso é irrisório. Não chegam a formar um batalhão. Já o exército de Sandro Mabel contará com centenas de candidatos. Será um poderoso exército eleitoral.

O meio empresarial também está migrando fortemente para o lado de Sandro Mabel. No caso, é o próprio pré-candidato que opera para atrair apoios, por ser empresário e líder classista.

Depois do cerco aos partidos políticos, aos empresários, promove-se, agora, um poderoso cerco às lideranças evangélicas. Quase todas estão declarando voto a Sandro Mabel. Consta que Vanderlan Cardoso teria dito a um pastor conhecido: “Não me deixe só”. O religioso teria respondido: “O sr. está sozinho há muito tempo”. Até pastores consagrados da Assembleia de Deus já estão apoiando o postulante do UB. O postulante do PSD terá como reclamar? Não, provavelmente, porque o apoio tem sido espontâneo.

Adriana Accorsi: candidata do PT a prefeita de Goiânia | Foto: Guilherme Alves/Jornal Opção

Agindo de modo tático, Ronaldo Caiado opera um sistema de alianças para que Sandro Mabel vá subindo aos poucos — e não aos saltos —, de maneira sustentada. Quer dizer, subindo, e sem recuo.

De acordo com um estrategista ligado a Ronaldo Caiado, planeja-se que Sandro Mabel supere Vanderlan Cardoso, até o final agosto, para criar expectativa de poder.

Em seguida, planeja-se superar Adriana Accorsi e ir para o segundo turno, exatamente contra a petista, em primeiro lugar.

Há outra jogada ou quase-jogada. Aposta-se que, no segundo turno, Adriana Accorsi terá de ir com o mesmo exército eleitoral, pois, teoricamente, não deve conquistar novas forças. Há, porém, o desejo de obter o apoio do evangélico Vanderlan Cardoso. Mas os evangélicos apoiarão uma candidata do PT? No caso do senador, é possível, sobretudo se, no primeiro turno, for muito atacado pelos aliados de Sandro Mabel. Não custa lembrar que aliados do postulante do PSD ocupam cargos no governo de Lula da Silva, do PT.

O que se planeja é aumentar a frente político-eleitoral de Sandro Mabel, isolando, cada vez mais, Adriana Accorsi (isto, claro, se o segundo turno for disputado entre os postulantes do UB e do PT). Seria mais ou menos assim: “Todos contra Adriana, contra o PT, contra a esquerda e todos a favor de Sandro Mabel”.

A tendência é a seguinte: se for para o segundo turno, Sandro Mabel estará mais encorpado do que Adriana Accorsi. Resta à petista, se Vanderlan Cardoso não for para o segundo turno, lutar por seu apoio — o que pode equilibrar o jogo, uma vez que o bolsonarismo possivelmente irá para o palanque do candidato do União Brasil. (E.F.B.)

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