A Prefeitura de Goiânia tem intensificado as ações contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, mesmo em período de estiagem. Desde o início do ano, os agentes comunitários já visitaram 1,89 milhão de imóveis e agora, apesar da falta de chuva, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alerta a população sobre a importância da continuidade dos cuidados.
Neste ano, foram identificados focos do mosquito em 48.361 imóveis, representando 3,2% do total visitado, índice superior ao limite aceitável pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 1%. No mesmo período de 2023, foram 2,66 milhões de imóveis visitados, 47.859 continham focos, o que corresponde a 2,47%.
O trabalho dos agentes é complexo e demanda esforço contínuo e coordenado em todos os distritos de Goiânia para que as ações ocorram de forma intensa e com resultados satisfatórios. “Nesta época do ano o mosquito fica mais vulnerável, mas os ovos, que são extremamente resistentes à seca, ainda persistem em muitos criadouros, daí a importância de dar sequência ao trabalho de eliminação de possíveis criadouros”, diz o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos, Wellington Tristão.
Ainda conforme Wellington, a população tende a armazenar água e irrigar durante a seca, criando condições favoráveis para a proliferação do mosquito. “É crucial evitar utensílios que possam acumular água, pois eles podem se tornar verdadeiros criadouros do Aedes”, diz.
Além das visitas, a secretaria tem implementado estratégias complementares de controle do mosquito como armadilhas dispersoras e o programa ‘Aedes do Bem’ que libera na natureza, mosquitos machos geneticamente modificados para acasalamento com as fêmeas. “Os ovos resultantes só produzem machos, o que ajuda a reduzir a população de fêmeas e, consequentemente, os focos em áreas críticas”, explica o diretor de Vigilância em Zoonoses, Murilo Reis.
O município ainda possui uma equipe de bloqueio em cada distrito da cidade. “Essas equipes são responsáveis por atender os endereços com casos positivos de dengue e realizar bloqueios com o objetivo de reduzir a proliferação do vírus e ainda diminuir a quantidade de fêmeas infectadas”, destaca o diretor.
A cidade também desenvolve parcerias com condomínios para melhorar o controle. Os agentes realizam visitas e treinam os funcionários dos condomínios para realizarem ações preventivas semanalmente. “Temos uma parceria com o Sindicato dos Condomínios de Goiás, na formação dos agentes “dengueiros” que são nossos parceiros no combate à dengue, embora nem todos os condomínios participem dessa parceria, a ação é importantíssima”, complementa Murilo.
Formas de prevenção
É essencial que os moradores adotem práticas preventivas para colaborar efetivamente no combate ao mosquito. A manutenção regular dos quintais e a eliminação de água parada em pneus, garrafas e outros recipientes são medidas essenciais para evitar a proliferação do vírus. Todas as estratégias visam não apenas controlar a situação atual, mas também prevenir problemas futuros.
Além das ações já mencionadas, é fundamental verificar as áreas internas da residência, como caixas d’água e vasos de plantas, onde a água pode se acumular e criar focos de proliferação. A instalação de telas de proteção em janelas e portas oferece uma solução adicional para impedir a entrada de mosquitos nos ambientes internos.
Wellington Tristão lembra que, mesmo quando o imóvel está fechado há um empenho para que a vistoria seja realizada. “Quando os agentes encontram o imóvel fechado, eles deixam um recado com número de telefone para contato para que os moradores agendem uma nova visita”, conta.