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Polícia desarticula grupo que vendia medicamentos falsos em Goiânia

A Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), através do Grupo de Repressão a Roubos (Garra), desarticulou uma quadrilha responsável pela venda de medicamentos falsos em Goiânia e outros Estados. O crime quase custou a vida de um paciente na capital goiana em abril de 2022.
Em março deste ano, cinco pessoas envolvidas no crime foram presas em Goiânia. Segundo o delegado Murillo Leal Freire, os investigados vendiam os produtos adulterados para 13 Estados brasileiros, diretamente para hospitais, clínicas e planos de saúde que não sabiam que estavam adquirindo medicamentos falsificados.
A investigação começou no mês de abril de 2022, no sentido de apurar a venda de medicamento falso como se fosse imunoglobulina para um renomado hospital de Goiânia, e que consequentemente provocou risco de morte a um paciente que teve que ser internado na UTI do referido hospital. A imunoglobulina é um medicamento de alto custo usado para tratamento de pacientes com deficiências imunológicas graves e que necessitam de respostas rápidas ao tratamento. Foi constatado, através de notificações divulgadas pela Anvisa, que o medicamento comercializado era falso e que havia mais registros de casos idênticos registrados em diversas regiões do país.
Inicialmente apurou-se que o medicamento foi vendido pela Bahia Med, uma empresa de fachada com sede registrada em Lauro de Freitas (BA), filial de uma outra empresa, também de fachada, de nome Farma Med, com sede em Abadia de Goiás, a qual não possuía as autorizações e a estrutura necessárias para a comercialização desse tipo de medicamento, que necessita de armazenamento e refrigeração especiais.
Os criminosos venderam imunoglobulina para estabelecimentos em Goiás, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Apenas com a venda deste medicamento, o grupo movimentou R$ 6 milhões. “É um crime hediondo, repugnante. Esse pessoal ultrapassa qualquer espírito de humanidade”, disse o delegado Freire.
 Na investigação, foi representado pela quebra de sigilo fiscal da empresa, através da qual constatou-se que inúmeras unidades de imunoglobulina foram vendidas pelas empresas a vários hospitais particulares, planos de saúde e órgãos públicos de saúde de diversos Estados brasileiros. Também foi representado pela busca e apreensão na sede da empresa em Abadia de Goiás e nas casas dos administradores, tendo sido apreendidos alguns medicamentos de uso restrito e aparelhos eletrônicos, através dos quais foi possível coletar áudios de conversas entre os investigados combinando a remarcação da validade de frascos de outros tipos de medicamentos, além de fotos de caixas de imunoglobulinas que mantinham em depósito de forma inadequada e que possuíam as mesmas características das que foram vendidas ao hospital de Goiânia.
Concluiu-se pelas investigações que se trata de uma organização criminosa com divisão de tarefas, em que a empresa Farma Med era usada para dar licitude para a venda de medicamentos falsos. Cinco suspeitos foram presos preventivamente em março deste ano. O jornal tentou contato com representantes das empresas citadas, mas sem sucesso. O espaço está aberto.
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