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Pesquisa constata falta de mão de obra na construção civil em Goiás

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e o Sebrae Goiás divulgaram, nesta quarta-feira (1º/3), os resultados de pesquisa que constata escassez de profissionais qualificados na construção civil no Estado. Elaborada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), sob encomenda do Conselho Temático de Relações do Trabalho (CTRT), da Fieg, em conjunto com o Sebrae (GO), e com apoio do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon) e Senai, a pesquisa diagnostica que a concentração de trabalhadores na informalidade é a principal causa da falta de trabalhadores na construção civil em Goiás.

Por meio do Observatório Fieg Iris Rezende, o IEL avaliou o desempenho das atividades do setor e os gargalos a serem corrigidos a fim de encontrar subsídios para enfrentar seus inúmeros desafios. Segundo o presidente da Fieg, Sandro Mabel, os resultados da pesquisa vão permitir a busca de soluções para os problemas do setor.

“Descobrimos um problema e agora fizemos um plano de ação que estamos começando a colocar em execução. Esse plano tem uma série de medidas de curto, médio e longo prazo e, certamente, amanhã estaremos contratando mais mão de obra”, afirmou Mabel. Uma das estratégias para reverter o problema será a qualificação profissional. “É capacitando as pessoas que nós vamos conseguir essa mão de obra de volta”, destacou.

Pesquisa
Entre 2011 e 2020, o setor da construção em Goiás registrou queda no número de empresas (9%) e emprego (33%). No entanto, a partir de 2019, observa-se uma recuperação do saldo de empregos, mas ainda insuficiente diante da perda de mais de 20 mil postos de trabalho ao longo do período.
Somando-se a esse fato, há o cenário de aquecimento do mercado, que provocou um aumento considerável no número de registro de obras nos últimos anos (2019-2022) – total de 1.787 registros, três vezes maior que o período de 2011 a 2018 (522).
Questionadas a esse respeito, empresas e profissionais do setor apontaram como principais fatores geradores da escassez de mão de obra o baixo número de novos entrantes no mercado de trabalho, a migração para a informalidade, a ampliação dos registros de MEI (Microempreendedor Individual) – que segundo a Receita Federal teve crescimento médio anual de 35% entre 2011 e 2021 (dados levantados somente com os CNAEs que atendem diretamente ao setor) –, além de falta de interesse diante do estigma de trabalho pesado na construção. Entre os trabalhadores que participaram da pesquisa, 87% disseram que ser melhor trabalhar na informalidade – para 13%, o trabalho registrado é melhor.
Em relação à opinião dos trabalhadores formais e informais, foi identificado que um dos problemas está relacionado a baixos salários, o que os desmotivam na busca por trabalho registrado, bem como a falta de mecanização nas obras, levando muitos trabalhadores a reclamarem do trabalho pesado nos canteiros de obra.
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