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O que prometem os candidatos em Goiânia para o futuro da Região 44

Localizada no coração de Goiânia, a Região da Rua 44 se destaca como um dos maiores polos de moda do Centro-Oeste e uma referência nacional no setor. Com milhares de lojas, a área atrai tanto o varejo quanto o atacado, gerando uma economia dinâmica. No entanto, o crescimento vertiginoso também trouxe desafios significativos relacionados à infraestrutura, mobilidade e segurança. Esses problemas são frequentemente abordados por candidatos durante as campanhas eleitorais, que prometem melhorias. No entanto, muitos comerciantes permanecem céticos quanto à efetividade dessas promessas após anos de ideias não cumpridas.
Durante o período eleitoral, a Rua 44, situada no Setor Norte Ferroviário de Goiânia, torna-se um ponto estratégico para candidatos que buscam contato direto com o público. Sendo o segundo maior polo de moda do Brasil, a região movimenta lojistas e compradores em grandes quantidades. Em 2022, mais de 16 milhões de pessoas passaram pela Rua 44, com um fluxo mensal superior a 1 milhão de visitantes, o que oferece grande visibilidade para os candidatos, tornando o local essencial nas campanhas eleitorais.
Crescimento e impacto econômico
A Rua 44 é responsável por uma significativa movimentação econômica, especialmente no setor de confecções, que abastece lojistas de várias partes do país. Recentemente, a região passou por uma transformação, com a abertura de shoppings populares, aumento do número de lojas e diversificação das ofertas, que agora incluem não apenas roupas, mas também outros itens de moda e acessórios. Esse crescimento, impulsionado pelo comércio atacadista, tornou a área um ponto de referência para compradores que buscam preços competitivos e uma vasta variedade de produtos, gerando empregos e fomentando o turismo de negócios em Goiânia.
Desafios estruturais
No entanto, o intenso volume de pessoas trouxe uma série de desafios para a região. Entre os principais problemas estão a infraestrutura precária, as dificuldades de mobilidade urbana, questões de segurança e a falta de planejamento, que afetam tanto o comércio quanto os visitantes. A sobrecarga na rede de transporte público e a ausência de políticas públicas eficazes agravam a situação, tornando a revitalização e modernização do setor uma demanda urgente.

(Foto: Samuel Straioto)
O aumento da popularidade da Rua 44 também trouxe problemas estruturais adicionais. O intenso fluxo de pessoas, especialmente nos finais de semana e em dias de grandes feiras, gera gargalos no trânsito. A falta de estacionamento adequado é uma queixa comum entre frequentadores e comerciantes, que enfrentam dificuldades para acessar a região.
A segurança também é uma preocupação. Apesar de melhorias recentes, ainda há relatos de furtos e a necessidade de uma presença policial mais constante. Lojistas acreditam que, para manter a Rua 44 como uma referência nacional, é necessário equilibrar o crescimento com melhorias na infraestrutura e na segurança, garantindo que Goiânia continue a atrair compradores de moda de todo o país.
Trânsito
Silvaneide Alves de Souza Valente, empresária da região há seis anos, destaca a falta de organização no trânsito como um dos principais problemas. “O trânsito aqui é terrível, e não há fiscalização suficiente. Os ambulantes também precisam de melhor organização, sem atrapalhar as lojas e o fluxo de veículos”, afirma. Ela também menciona que o uso excessivo de drogas e a presença de moradores de rua têm impactado negativamente o comércio. “A segurança está praticamente zero. Precisamos de fiscalização constante para lidar com essas questões”, completa.
Durante o período eleitoral, Silvaneide observa que a fiscalização praticamente desaparece, o que agrava os problemas. “Na época da política, todo mundo faz o que quer aqui. Depois das eleições, a situação muda e as promessas não são cumpridas”, desabafa.
Segurança
Dalva Magalhães, outra lojista da região, enfatiza que a falta de segurança é um problema constante, afetando tanto lojistas quanto turistas. “Precisamos de mais policiamento. Muitas vezes, quando a polícia chega, o problema já se resolveu sozinho”, comenta. Ela também destaca a necessidade de melhorar a infraestrutura para receber turistas. “A quantidade de ônibus que vem para cá é muito pequena. Precisamos divulgar mais a região e organizar melhor o estacionamento para veículos de outras cidades e estados.”
Dalva ressalta a importância de um turismo de negócios mais estruturado, que poderia atrair mais compradores, especialmente nos finais de semana. “É preciso que o poder público intervenha para melhorar a organização e trazer mais segurança para quem visita a região”, conclui.
Fiscalização
Arly Rodrigues Vargas Sobrinho, lojista e funcionário público, aponta a concorrência desleal com os ambulantes como um dos maiores problemas enfrentados pelos comerciantes. “Os ambulantes não pagam impostos nem aluguel, mas vendem os mesmos produtos que nós. Isso é um descaso do poder público”, afirma. Ele também relata a falta de fiscalização por parte da prefeitura, que anteriormente inibia a presença de vendedores ilegais. “Há três anos, a fiscalização desapareceu, e os ambulantes tomaram conta das ruas, atrapalhando o trânsito e as vendas.”
Arly sugere que o modelo adotado em São Paulo, com a Feirinha da Madrugada organizada de forma a não atrapalhar o funcionamento das lojas, poderia ser implantado em Goiânia. “Aqui funcionava assim no mandato passado, mas agora não vemos mais a Guarda Municipal ou os fiscais atuando para organizar a situação”, observa.
Sensação de Insegurança e Vulnerabilidade Social
Jairo Gomes, representante da AER-44, também aponta a insegurança e a presença de pessoas em situação de rua como desafios para a região. “A sensação de insegurança é constante. O logradouro público está ocupado, o que atrapalha a experiência dos turistas e compradores”, destaca. Ele critica a gestão municipal pela falta de fiscalização e organização do espaço público. Jairo reforça a importância de ouvir os candidatos a prefeito e cobrar compromissos concretos que possam ser cumpridos após as eleições.
Propostas dos Candidatos para a Região da Rua 44
A reportagem ouviu os principais candidatos a prefeito de Goiânia sobre os desafios da Rua 44. Entre as propostas destacam-se projetos de revitalização da infraestrutura e melhorias na segurança, além de iniciativas voltadas à formalização dos comerciantes da região. Cada candidato enfatizou a importância de ações concretas para garantir o crescimento sustentável deste polo econômico essencial para a cidade.
Adriana Accorsi (PT)
A candidata propõe retomar a Secretaria de Indústria e Comércio, com um secretário indicado pela própria região da Rua 44. Ela defende uma grande parceria entre a prefeitura e os empresários locais, focando em divulgação, melhoria do transporte público, organização do trânsito, segurança pública e fiscalização. “Queremos cuidar da infraestrutura, segurança e organização, garantindo que a prefeitura esteja presente para apoiar o crescimento da 44”, afirma Accorsi. Ela também propõe ações voltadas para a população em situação de rua, com políticas de inclusão e assistência.
Fred Rodrigues (PL)
O pré-candidato defende a criação de uma Secretaria de Parceria Público-Privada e Empreendedorismo, responsável por lidar diretamente com os empresários da região. Ele acredita que o poder público deve “parar de atrapalhar” os empreendedores e focar em criar condições para o crescimento da Rua 44. “O estado não pode gerar todos os empregos. Precisamos apoiar quem está empreendendo”, argumenta Rodrigues. Ele também propõe valorizar a Feira Livre e criar condições de igualdade para ambulantes e lojistas, sem prejudicar o comércio formal.
Matheus Ribeiro (PSDB)
O candidato propõe que a prefeitura atue como mediadora das soluções para os conflitos históricos da região. Ele defende a criação de uma mesa de negociação que inclua todos os segmentos envolvidos, desde lojistas até ambulantes, com o objetivo de resolver os problemas de forma conjunta. “Precisamos construir políticas públicas que considerem tanto o comércio quanto a produção industrial, promovendo o desenvolvimento econômico e social da região”, afirma Ribeiro.
Rogério Cruz (Solidariedade)
O prefeito e candidato à reeleição destaca que sua gestão já trabalhou em ações para melhorar o acesso e a segurança na região da Rua 44. Ele propõe continuar expandindo essas iniciativas, com o objetivo de transformar a 44 no maior polo de moda do Brasil. “Já fizemos muito pela região, mas queremos fazer ainda mais para garantir o crescimento econômico e a geração de emprego e renda”, declara Cruz.
Sandro Mabel (União Brasil)
O empresário e candidato a prefeito Sandro Mabel ressalta a importância da Rua 44, destacando que é um dos pilares de sua administração, especialmente pela relevância da moda para a economia local. Ele menciona o trabalho realizado no SENAI, com a criação de um Hub Fashion com tecnologia de ponta e equipamentos modernos, e reforça seu compromisso em apoiar o crescimento do polo de moda na região.
Vanderlan Cardoso (PSD)
O candidato Vanderlan Cardoso (PSD) propõe valorizar as áreas comerciais e turísticas de Goiânia, com foco especial na Região da Rua 44, um dos polos comerciais mais dinâmicos da cidade. Seu plano de governo inclui fomentar o turismo por meio da promoção das feiras livres tradicionais, como a Feira Hippie, a Feira da Lua e a Feira do Sol, que são importantes pontos de encontro para o comércio local e cultural. Além disso, Cardoso se compromete a intensificar a atenção do poder público aos Mercados Municipais, aos comércios de rua e aos Centros Populares de Abastecimento e Lazer (Cepal), com o objetivo de fortalecer a economia local e impulsionar o turismo nesses espaços.
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