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Murais e grafite colorem as ruas e dão vida à região central de Goiânia

⊆Fachadas comerciais, paredes cinza e placas de publicidade tomaram conta da região central de Goiânia ao longo dos anos. Entretanto, um movimento artístico vem mudando essa paisagem nos últimos tempos. Desenhos coloridos e imagens que traduzem a goianidade estão ocupando o espaço e trazendo um novo olhar para a região.
O grafite tem transformado o centro da capital, com desenhos vibrantes, coloridos e que transformam a vida comum da região. As fachadas sérias dão lugar a murais, grandes e pequenos, ocupando a cidade com mensagens expressadas por meio de arte contemporânea.
Prédios comerciais e residenciais, muros, becos e bosques são transformados em galerias de arte a céu aberto. O Beco da Codorna é um exemplo. Todas as paredes estão ocupadas com desenhos de artistas urbanos diversos, dando nova vida ao local. O mesmo acontece no Bosque dos Pássaros, no Setor Sul. Muros residenciais recebem as artes e mudam o olhar para a região.
Mural no Beco da Codorna (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
Um dos artistas responsáveis por tirar o cinza da região é Wes Gama. Sua arte estampa prédios e muros de toda a região, sempre com uma mensagem sobre a cultura goiana e temas que estão em discussão, como a fome, trabalho e tecnologia.
O primeiro mural em grande escala que o artista pintou no Centro é o intitulado “Andança”, no Edifício Alencastro Veiga, situado na Rua 3. Com 66 metros de altura por 12 de largura, faz parte o projeto Manifesto Urbano, que teve sua concepção em 2019 e execução em 2020.
“Começamos com o ‘Andança’, um projeto que bancamos do próprio bolso, com a ideia de trazer para a cidade esse tipo de comunicação e linguagem, mostrar que temos artistas em potencial para pintar as fachadas. O objetivo foi evidenciar que pode existir isso em Goiânia”, destaca o artista.

“Andança”, de Wes Gama (Foto: Rafael Ferreira)
Com a temática da questão do saneamento básico e a relação com a água, a terra, as plantas, o objetivo do mural foi mostrar como homem e natureza devem existir em equilíbrio. A direção, produção e curadoria do Manifesto Urbano é de Larissa Pitman, que atua com projetos culturais e artísticos.
Ela explica que este projeto em específico foi feito no sentido de fazer uma intervenção, uma mudança na paisagem, tentando trazer essa expressão de arte pelo grafite em longa escala. “Foi uma perspectiva de um novo olhar para Goiânia. A Rua 3 é um espaço de memória, de grande circulação. Quisemos, então, propor uma nova estética, uma contraproposta frente à publicidade. É um movimento de ocupar a cidade com a arte e nos afirmar enquanto pessoas criadoras desse movimento”, ressalta.
No final de 2020 surgiu uma parceria inédita, com a Ambev, para a pintura de dois murais de valorização da cultura goiana. “No geral, os trabalhos de prédio são projetos que têm um grande período de projeção e idealização. O grande desafio é encontrar o patrocinador e essa parceria com a Ambev foi muito interessante”, conta Larissa.
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