O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), planeja participar ativamente das eleições municipais em Goiás em 2024. Em entrevista exclusiva ao jornal A Redação, na última sexta-feira (3/3), Mendanha afirmou que seu principal foco está na eleição de 2026, quando pretende disputar novamente o governo estadual, no entanto, destacou que pretende atuar nas eleições municipais de 2024, apoiando candidaturas em todo o Estado, especialmente na região metropolitana de Goiânia.
Cotado para disputar a prefeitura na capital, Mendanha não descarta a possibilidade e diz que aguarda o resultado de consultas feitas por outros políticos, que estão em situação parecida com a sua, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para saber se entra ou não na disputa. Vale recordar que ele se desincompatibilizou de seu segundo mandato de prefeito em Aparecida, no ano passado, para disputar o governo de Goiás. Há decisão do STF que impede que um político dispute um terceiro mandado consecutivo em município limítrofe.
“Nessa discussão de Goiânia, alguns advogados dizem que não tem jeito, outros dizem que tem. Vou aguardar. Não contratei e não estou correndo atrás disso”, afirmou. “Até então, não posso candidatar. Se puder, vou fazer uma avaliação. Eu tive aqui mais de 270 mil votos. Nas ruas, hoje, quando eu saio aqui em Goiânia, as pessoas pedem para que eu seja candidato”.
Caso não dispute a prefeitura de Goiânia, Gustavo Mendanha pretende participar da eleição em 2024 apoiando candidaturas nos municípios. “A minha vontade, de fato, é estar participando das eleições majoritárias em 2026 novamente. Até lá, claro, não posso ficar parado na política. Então, a ideia é participar de algumas eleições municipais, principalmente na região metropolitana”.
Cargo no governo
Durante a campanha de 2022, Gustavo Mendanha adotou tom crítico ao governo de Ronaldo Caiado. Passada a disputa, ele tem evitado ataques ao governador e à sua gestão. “Foi algo do passado. Fui candidato e vocês me viram falar o que eu pensava em relação às ações, aos erros, mas o novo governo nem começou. Então eu tenho dito que vou esperar cem dias ou talvez seis meses de governo para poder falar”, explicou.
A mudança de postura e o distensionamento da relação com o governador tem sido interpretada como uma aproximação política entre Mendanha e Caiado. Nos bastidores, passou a ser cogitada a possibilidade do político aparecidense assumir uma secretaria no governo estadual. Mendanha nega qualquer ação de sua parte neste sentido.
“Não estou buscando emprego, não quero participar de governo. Agora, se o governador se interessar sobre algumas coisas que fizemos em Aparecida, não teria dificuldade de compartilhar”, ressaltou. “O que existe é uma boa relação diplomática que estou tendo, não só com ele, mas também com outras figuras políticas que foram adversárias. Isso não quer dizer que, em algum momento, eu não vá fazer críticas”.
Gustavo Mendanha concede entrevista ao jornalista Bruno Hermano (Foto: Ludymila Siqueira)
Candidatos em Goiânia
Sobre os possíveis candidatos que podem participar da corrida eleitoral em Goiânia, Mendanha cita vários nomes. Entre os quais Gustavo Gayer, Zacharias Calil, Vanderlan Cardoso, Adriana Accorsi, Ana Paula (filha de Iris Rezende), Bruno Peixoto, Pedro Sales e Delegado Waldir. Segundo ele, a lista é grande porque ainda não há um candidato realmente forte.
“Acho que o fato do Rogério Cruz estar mal pode fazer com que tenhamos vários atores. Quando você tem um candidato forte é diferente. Quando o prefeito está forte, bem posicionado, não têm muitas pessoas com disposição de sair candidato”, disse.
Mendanha afirmou ainda que acredita que o prefeito Rogério Cruz não conseguirá o apoio de Ronaldo Caiado a seu projeto de reeleição. “Acho que ele não vai ter esse apoio. Não acredito que o governador vai apoiar a sua candidatura. Acredito que o Rogério pode até não ser candidato. Seria muito lúcido da parte dele, talvez. Melhor abrir mão da candidatura do que ficar em terceiro ou em quarto lugar”, disparou.
Caiado 2026
Questionado sobre o cenário político em Goiás e sobre as possíveis candidaturas que podem surgir em 2026, Mendanha avalia que há, hoje, “um vácuo” na política regional. “A morte de uma figura como do Íris Rezende é o fim de um ciclo. Quando um ciclo acaba, inicia-se esse outro”, teoriza. Para Mendanha, este cenário abre espaço para novos nomes da política, para novas gerações.
Sobre a próxima eleição nacional, Mendanha acredita que nomes mais alinhados à direita, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e o governador Ronaldo Caiado, podem chegar fortes na disputa.
Sobre a possibilidade de Caido ser candidato a presidente, afirma: “Acho que é uma figura que, a nível nacional, tem peso. Ele está em um partido que tem força, se unir com o PP, então, passa a ser ainda maior. Se tiver o apoio de figuras históricas, acho que ele tem toda a condição. Acho que não é fácil, mas achar que é impossível também não. Vai depender muito do governo dele.”
