Goiás tem baixa vacinação contra febre amarela em menores de 1 ano

A cobertura vacinal contra a febre amarela em crianças menores de 1 ano segue abaixo do ideal em Goiás, acendendo um alerta para o risco de surtos da doença. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES/GO) indicam que apenas 72,77% desse público-alvo foram imunizados, um índice distante da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde. O cenário preocupa ainda mais diante do avanço da febre amarela no país: somente em 2025, já foram registrados 45 casos em estados como São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Pará, resultando em 21 mortes confirmadas.
A febre amarela é uma doença viral transmitida por mosquitos silvestres, como os dos gêneros Haemagogus e Sabethes, comuns em áreas rurais e de mata. A vacinação é a principal forma de prevenção, sendo eficaz e segura, com décadas de comprovação científica. No entanto, a baixa adesão à vacina entre crianças menores de 1 ano de idade compromete não apenas a proteção individual, mas também a coletiva, já que a imunização em massa é essencial para a prevenção da doença. “Quando a cobertura vacinal está abaixo do esperado, aumentam as chances de surtos da doença”, explica a Gerente de Imunização da SES, Joice Dorneles.
A vacina contra a febre amarela é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário básico de imunização das crianças de 9 meses a menores de 5 anos (sendo uma dose aos 9 meses e uma dose de reforço aos 4 anos de idade) e dose única na população de 5 a 59 anos de idade não-vacinada. Em 2022, a cobertura vacinal no estado para crianças menores de 1 ano de idade foi de 63,68%; em 2023 foi de 67,57; e em 2024 foi de 72,77%, segundo os últimos dados disponibilizados pela Rede Nacional de Dados em Saúde. Apesar da melhora, os números ainda estão abaixo da meta mínima de 95%.
Riscos da baixa cobertura
A febre amarela é uma doença de evolução rápida e pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática e renal, hemorragias e, em casos extremos, à morte. Em Goiás, apesar de não haver casos registrados desde 2017, a proximidade com áreas de mata e o fluxo de turistas aumentam o risco de reintrodução do vírus. A Secretaria orienta que pais e responsáveis levem as crianças aos postos de saúde para atualizar a caderneta de vacinação, reforçando que a proteção das crianças é um ato de responsabilidade com a saúde de toda a comunidade.