Goiás registra quatro vezes mais casos de covid em janeiro que em dezembro
Goiás registrou 4,45 vezes mais casos confirmados de covid-19 em janeiro de 2024 do que o total registrado em dezembro de 2023, segundo dados do painel de monitoramento da covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Pelos indicadores estaduais, foram confirmados 1.236 casos da doença em dezembro, enquanto em janeiro o número chegou a 5.505 em janeiro.
A incidência é de 75 casos para cada 100 mil habitantes. Felizmente, a maioria maciça deles é de casos leves. A uma semana do Carnaval 2024, os dados preocupam, já que a folia prevê quatro dias de muita aglomeração.
O aumento de registros da doença, inclusive, já resultou no cancelamento da folia em alguns municípios do interior, como Bom Jesus de Goiás, Itapuranga e Guapó. Os casos de covid-19 registrados em Goiás nas últimas quatro semanas afetaram principalmente pessoas entre 40 e 49 anos (cerca de mil casos), e mais mulheres (3.433) do que homens (1.841).
Apesar do aumento significativo, os números ainda são inferiores aos registrados no ano passado: em janeiro de 2023, foram registrados surpreendentes 28.351 casos.
Aumento recorrente
A Superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, explica que esse aumento no começo do ano tem sido recorrente. “Desde o início da pandemia, a gente tem observado que neste período do final do ano anterior e nos primeiros meses do ano seguinte houve um aumento de casos. Quando a gente compara esse aumento de casos que está sendo observado agora com o mesmo período de 2023, observamos que é, proporcionalmente, um aumento menor”, comenta.
Apesar do cenário “menos preocupante” que o mesmo período do ano passado, a recomendação é manter os cuidados. “Assim como a gripe, a covid é uma doença de transmissão respiratória que vai ter alguns períodos do ano que a gente vai ter esse aumento de casos, mas que felizmente tem vacina, assim como a gripe. Por isso a importância da vacinação estar atualizada”, afirma Flúvia.
Carnaval
Sobre o Carnaval, Flúvia Amorim avalia que não há motivo para pânico, “porque mesmo que haja aumento de casos, a gente não vai ter aumento de internações, nem de óbitos”. Além da vacinação, ela pede que a população siga algumas orientações básicas, como usar máscara ao manifestar sintomas gripais, procurar atendimento médico, evitar aglomerações, caso tenha sintomas, além de higienizar bem as mãos.
Sobre os municípios que suspenderam o Carnaval, Flúvia ressalta que a orientação do Ministério da Saúde descarta medidas tão extremas. “Quem está vacinado pode ir para o Carnaval de forma mais tranquila. Não há a recomendação de protocolos tão restritivos como em 2021, porque naquela época não havia vacina. Para o Ministério da Saúde, a covid é uma doença em circulação, como a gripe”, relata.
Em caso de um surto localizado, como em uma escola ou local de trabalho, a recomendação é que as autoridades de saúde sejam acionadas para que possam avaliar quais as medidas cabíveis para evitar uma maior propagação.