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Escultor do Centro-Oeste expõe obras num dos maiores eventos de arte do Brasil

Artista Paulo Pires foi um dos selecionados para a edição de 2024 do Panorama da Arte Brasileira, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo

Representado pela Cerrado Galeria, que tem unidades em Goiânia e Brasília, o artista Paulo Pires está participando do 38º Panorama da Arte Brasileira, em São Paulo. Quatro obras dele estão expostas no evento, que começou neste mês e seguirá até dia 26 de janeiro de 2025. O objetivo da Cerrado Galeria ao destacar para os goianos a participação de Pires na atual edição do Panorama é reafirmar o alcance nacional do escultor, que já conta com o seu trabalho representado na região Centro-Oeste.
A diretora da galeria em Goiânia, Júlia Mazzutti, ressalta a importância da difusão do trabalho de Paulo Pires num dos eventos brasileiros de arte contemporânea de maior destaque, o que também impacta positivamente o cenário artístico da região central do Brasil. “Isso evidencia Pires como sendo um dos artistas que mais representam a arte contemporânea brasileira em 2024, a partir da ótica dos curadores, tanto em relação a técnicas e pesquisas quanto temas e abordagens”, afirma Mazzutti.
O Panorama da Arte Brasileira ocorre uma vez a cada dois anos, geralmente no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo. Por causa da reforma da marquise do Parque Ibirapuera, o local precisou fechar as instalações temporariamente e o evento foi transferido para o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), que fica na Avenida Pedro Álvares Cabral nº 1301, na Vila Mariana. As peças podem ser conferidas gratuitamente pelo público, das 10 às 21 horas, todos os dias da semana, com exceção das segundas-feiras.
Mesmo com a mudança de local, o evento tem organização do MAM. A edição de 2024 é assinada pelos curadores Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, com curadoria-adjunta de Ariana Nuala. A seleção das obras teve como norte o tema “Mil graus”, que faz uma crítica à realidade atual do país com base na ideia de calor-limite. Nesse sentido, o 38º Panorama da Arte Brasileira reúne artistas que abordam em seus trabalhos temáticas ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais, sendo que todos trazem a noção de alta intensidade energética.
As quatro peças de Paulo Pires selecionadas para o evento são esculturas feitas entre 2021 e 2024, em tamanhos variados. O método do artista envolve o uso de banhos de água para amolecer a rocha e cortes precisos para modelar. Em suas obras, ele constrói figuras do corpo humano que estão ligadas em abraços, danças e amontoados, por exemplo. A ideia de dinamismo está presente nessas imagens e novas percepções podem ser criadas, a depender do ângulo de visão em que as peças são observadas.

O artista
O escultor, desenhista e pintor Paulo Pires nasceu em Poxoréu, no Mato Grosso, e vive atualmente em Rondonópolis, que fica no mesmo estado. Autodidata, ele começou a confeccionar brinquedos em madeira aos oito anos de idade, ainda de maneira lúdica, e passou a esculpir e comercializar pequenas peças quando tinha 14 anos.
Atualmente, o artista também trabalha com minerais como arenito e pedra-ferro, que coleta nos vales de municípios como Rondonópolis e Pedra Preta. A técnica que Pires desenvolveu possibilita que o arenito seja milimetricamente esculpido. Ele já expôs seus trabalhos em diversas mostras em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília e Cuiabá.

Sobre a Cerrado Galeria
Fundada pelos empresários Lucio Albuquerque, Antônio Almeida e Carlos Dale em 2023, a Cerrado Galeria tem como intuito refletir o mundo a partir do Centro-Oeste do Brasil. Sua criação une mais de 30 anos de experiência e tem o objetivo de impulsionar a expansão da arte no território brasileiro, promovendo o cenário artístico regional. Assim como homenageia em seu nome o bioma da região onde está, a galeria destaca questões que envolvem ecologia, processos históricos e sociedade, evidenciando diversas manifestações culturais.
Para isso, a galeria promove mostras individuais e coletivas, conversas públicas, ações educativas e outras atividades voltadas ao desenvolvimento da produção e do mercado de arte na região, assim como sua circulação e presença no Brasil e no mundo. Em Goiânia, a Cerrado Galeria ocupa a casa modernista projetada por David Libeskind na Rua 84, no Setor Sul, conservando azulejos originais que são um marco da arquitetura goiana. Já em Brasília, há duas unidades no Lago Sul: a Cerrado Galeria e o Cerrado Cultural.

Por: Ananda Petineli

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