Cooperativismo: peça-chave no avanço sustentável e econômico de Goiás
As respostas climáticas diante das ações humanas que afetam o meio ambiente trouxeram um novo olhar para o cenário global, principalmente quando pensamos no futuro. No mercado de negócios, empresas têm se preocupado em buscar iniciativas que promovam baixos impactos ambientais. Nesse cenário, as cooperativas são consideradas ‘peças-chave’ no alcance do desenvolvimento sustentável, pois atuam como agentes transformadores socioeconômicos ao adotarem valores como cooperação e solidariedade, ao mesmo tempo em que geram emprego e renda. São negócios com participação importante no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás e do Brasil.
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Em Goiás, a Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), referência no setor agroindustrial goiano, representa bem a aliança entre desenvolvimento e sustentabilidade. O grupo é pautado por questões socioambientais e sociais desde sua concepção em 1975, no município de Rio Verde. Uma das principais ações sustentáveis é o tratamento de efluentes, com o objetivo do uso consciente dos recursos hídricos, no que tange o reuso, redução de perdas e racionalização de água. A cooperativa é a 21ª empresa do agro brasileiro, em ranking da Forbes.
Comigo é a 21ª empresa do agro brasileiro, em ranking da Forbes (Foto: Comigo)
A Comigo, em parceria com a Sumitomo Chemical, realizou a doação de kits escolares para 500 crianças carentes
de escolas públicas nas cidades de Acreúna, Indiara, Montes Claros e Serranópolis (Comigo)
De acordo com o presidente do Sistema OCB-GO, Luís Alberto Pereira, a expectativa é que o cooperativismo avance cerca de 20% no Estado em 2023. Em entrevista ao jornal A Redação, ele destacou que o cooperativismo goiano tem a meta de alcançar R$ 50 bilhões de faturamento anual até 2027. “A ideia é que cada cooperativa em Goiás trabalhe para multiplicar suas receitas por duas vezes e meia. Com isso, vamos ajudar o Sistema OCB a alcançar o objetivo em nível nacional, de chegar a R$ 1 trilhão de prosperidade neste período”, descreveu em entrevista.
Atualmente, Goiás tem 290 cooperativas, somando mais de 382.700 cooperados. Com isso, mais de 14 mil empregos foram gerados nos últimos anos. O cooperativismo, nos seus sete ramos – agropecuário, crédito, saúde, transporte, trabalho, consumo e infraestrutura -, está presente em toda a cadeia produtiva e de serviços de Goiás e do Brasil.
“Além disso, temos as cooperativas que dão suporte a essa produção (agro), como as de transporte, que fazem o escoamento de materiais e produtos; as do ramo crédito, que promovem o acesso a recursos de forma mais digna e com taxas mais atraentes; as de saúde, com forte atuação em prevenção e atendimento humanizado, entre outras”, disse o presidente da OCB-GO ao destacar que tudo isso contribui para a circulação da economia goiana e também para que os recursos sejam reinvestidos no próprio Estado, gerando trabalho e renda para as pessoas, riqueza para os municípios e mais dignidade para a sociedade.
Devido aos fatores climáticos, um dos temas abordados no mercado dos negócios é em relação a uma produção pautada na sustentabilidade de recursos, de modo a cooperar para a preservação ambiental e também a aspectos sociais. Tais ações, atualmente, promovem competitividade entre empresas e garantem a permanência dessas organizações, uma vez que os consumidores estão cada vez mais preocupados e engajados com os temas.
Neste aspecto, as cooperativas são consideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) como atores-chave no alcance do desenvolvimento sustentável. Isso porque, também segundo a ONU, esses modelos de negócios são sustentáveis, apoiam-se em valores baseados na cooperação e no empoderamento, não só nos lucros. Com isso, o desenvolvimento das cooperativas contribui em prol da Agenda 2030.
(Foto: Cooperativa Comigo)
Sistema OCB/GO vai instalar nova ecobarreira no Rio Meia Ponte, na Grande Goiânia (Foto: OCB-GO)
As práticas sustentáveis são, de fato, pautas permanentes no cooperativismo. O conceito ESG, que em português pode ser traduzido como ambiental, social e governança, sempre fez parte do escopo e princípios do negócio cooperativista. “E, é claro, que o Sistema OCB/GO, por meio do SESCOOP/GO, que é o braço educacional da instituição e que faz parte do Sistema S, tem total condições de dar apoio às suas cooperativas, por meio de treinamentos, instruções e práticas assistidas e monitoramento, que vão melhorar o desempenho e a competitividade das cooperativas do Estado de Goiás”, pontuou Luís Alberto.
OCB-GO: fomento para o crescimento e fortalecimento das cooperativas goianas
Um dos projetos de destaque do Sistema OCB-GO para fomentar o surgimento de novos negócios é o Incubacoop Goiás, um programa de Incubação e Aceleração de Cooperativas.
Por meio desse trabalho é possível identificar grupos que tenham interesse, vocação e potencial para constituir cooperativas e, a partir disso, atendê-los nas suas especificidades, com informações sobre as particularidades do modelo de negócio cooperativista e, por outro lado, identificando a vocação econômica, as necessidades e expectativas para que a constituição da cooperativa se dê de forma estruturada e dentro dos propósitos cooperativistas.
O presidente da OCB-GO, Luís Alberto Pereira, destaca que, para constituir uma cooperativa ou se associar a uma, precisa entender “muito bem a necessidade do negócio existente ou do grupo que pretende iniciá-lo, qualquer que seja o ramo de atuação”. A cooperativa tem o propósito de inserir as pessoas no mercado, mas é imprescindível que essas pessoas tenham consciência de que esse é um negócio coletivo e o propósito deve ser trabalhar em cooperação, dentro de um modelo de gestão democrática.
“O Sistema OCB-GO está totalmente disponível para auxiliar todos que estão entrando nesse modelo de negócio e, para isso, basta nos contactar. Contamos com uma equipe técnica especializada, que vai dar as orientações necessárias à constituição do negócio, desde as instruções técnicas, jurídicas e tributárias, para que essa cooperativa nasça de maneira orientada, assistida e que tenha êxito e longevidade”, explica.
“Para as cooperativas já constituídas, temos todo um aparato de programas e serviços disponíveis para auxiliá-las em seu desenvolvimento, por meio da formação e capacitação profissional de trabalhadores e dirigentes, apoio sindical, jurídico e contábil, aperfeiçoamento da governança, além do estímulo à inovação, que hoje está muito ligado também às soluções de sustentabilidade”, arremata.