Comportamento do eleitor
Ele seguiu avaliando que em países como o Brasil, em que o percentual do eleitorado que tem posicionamento ideológico é baixo, o sistema partidário é pouco rígido, em que há muitos partidos e poucas filiações, os aspectos contextuais e conjunturais, são muito importantes, além da pessoa ser considerada mais importante que o partido.
Na análise do cientista político, a enorme desigualdade social brasileira reflete em todos os aspectos da vida, inclusive, na política. Além disso, o quadro partidário muito fragmentado e a alta desconfiança nos partidos, levam à configuração de um cenário de pragmatismo. Segundo ele, isso justifica o que a literatura política chama de volatilidade eleitoral e, explica comportamentos, como o voto em um candidato para governador e em um oposicionista, para deputado, por exemplo.
Questionado sobre o que pode ser feito para a construção de um eleitorado mais consciente, o estudioso acredita que faltam educação política e experimentação, já que o Brasil é uma democracia ainda muito jovem. “Educando e experimentando. Essas duas coisas se alimentam e, no meu ponto de vista, é o que faz que se tenha uma cultura política, de modo mais cívico. Isso é bom para as eleições, é bom para os partidos, é bom para a sociedade”.
Outro ponto analisado foi sobre o meio de comunicação que mais vai influenciar a escolha do eleitor. Para ele, apesar do crescimento das redes sociais, de forma geral, a televisão ainda vai continuar exercendo maior poder de persuasão, em função, especialmente do acesso ao meio, já que está em 97% dos lares brasileiros.
Mas o cientista ressalva que a depender do cargo pretendido e do perfil do eleitorado, isso pode variar. “Para governador, tem que fazer uma boa campanha em todos os meios, mas principalmente na TV. Agora, uma eleição para deputado, tem que achar o nicho, vai depender do público”, ponderou.