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Alego celebra Dia Internacional da Dança com apresentação de catireiros de Aparecida de Goiânia nesta quarta-feira

Nesta quarta-feira, 29, é momento de celebrar o Dia Internacional da Dança. E, na Alego, a comemoração foi realizada em grande estilo, com apresentação que valoriza uma expressão típica da cultura goiana: a catira. Ao chamado do berrante e embalados pelo som de violas caipiras, os catireiros acompanham a moda puxada pelos violeiros, alternando no corpo, movimentos de palmas e batidas de pé.

A Associação de Catireiros e Foliões de Aparecida de Goiânia protagonizou a cena. No tablado de madeira montado no saguão da Alego, quatro dançarinos e dois violeiros fizeram ecoar pela Casa, no final da tarde desta quarta-feira, as batidas típicas da dança que encanta gerações de goianos.

Assim aconteceu com Nilmari Alves Siqueira, de 70 anos. Filha e neta de catireiros, ela foi a responsável pela fundação do grupo, em 1999. “É muito importante estar aqui, dançando, tocando e representando a cultura da catira e folia em Aparecida. Para nós, dançar é um modo de vida. É a realização de um sonho antigo, que surgiu para impedir que a nossa cultura morresse”, comentou.

Atualmente com 14 membros, a associação se dedica a preservar e difundir a tradição da catira e da folia, levando sua arte a diversos locais do Estado. Além disso, o grupo também atua com o projeto Catira nas Escolas, que tem como objetivo ensinar sobre a cultura popular para jovens e crianças. Atualmente, o projeto atende oito instituições de ensino municipais.

Humberto Alves entrou no projeto desde o início, em 2005. Hoje ele se orgulha do trabalho que realiza em prol da preservação da cultura. “Desde criança, sempre escutei em casa moda de viola e música sertaneja raiz. A catira tem uma linguagem que expressa uma história. A gente aprende que foi originada com a dança indígena, bem antigamente. Depois tinha os romeiros que dançavam em rodoviárias em troca de alguns trocados. E isso foi se modificando até chegar na catira de hoje. É uma cultura que nos remete à emoção de curtir a música raiz, juntamente com dança de mãos e pés”, observou.

A programação é uma iniciativa da Diretoria de Cultura, Esporte e Lazer, por meio da Seção de Atividades Culturais da Casa. A chefe da seção, Professora Ana Rita, informa que o evento inaugura o projeto de ocupação cultural da Casa. “Estamos iniciando nossas tardes culturais, que já conta com exposição diária, integrada a outras atividades semanais. Nessa semana a ideia foi reconhecer, valorizar e contribuir com a preservação da cultura popular de nosso estado, dando visibilidade a grupos que a salvaguardam. Queremos que a Alego seja também um espaço de referência na arte e na cultura”, sublinhou.

Ela destaca que, na agenda, estão previstas outras várias exposições, lançamentos filmes, livros e apresentações culturais de música e dança. “Temos vários espaços abertos para receber eventos de referência em educação e cultura, assim como solicitações de pautas da comunidade externa”.

Interessados em contribuir com a programação podem apresentar propostas através do e-mail atividadesculturais@al.go.leg.br. No segundo semestre, está previsto lançamento de edital para acolher essas demandas de inscrição.

 

Para saber mais

A catira, que também pode ser chamada de cateretê, é considerada uma dança típica do folclore brasileiro. O ritmo musical marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos é a principal característica do estilo. Possui origem híbrida, onde se mesclam influências indígenas, africanas e européias. O movimento tem raízes fortes em Goiás e também no norte de Minas e interior de São Paulo.

O Dia Internacional da Dança foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1982. A data celebra o nascimento do bailarino francês Jean-Georges Noverre – expoente na expressão e pensamento da arte durante o Iluminismo (séculos XVII e XVII). No Brasil, também coincide com o aniversário da premiada bailarina Marika Gidali. Radicada no país após sobreviver ao Holocausto, na Hungria, a artista construiu, aqui, um legado de relevantes contribuições à cultura brasileira.

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