A Unidade Prisional Regional Feminina de Israelândia, a 180 quilômetros da capital, recebeu, nesta sexta-feira (23), doação de 1,5 mil unidades de absorventes descartáveis e 120 de toalhas higiênicas. O material foi entregue pela vereadora Aava Santiago (PSDB); pela coordenadora da Ouvidoria da Mulher da Câmara de Goiânia, Maria Clara Dunck; e pela psicóloga Eva Rosa. Os absorventes foram arrecadados em campanhas de doação coordenadas pela parlamentar; já as toalhas foram produzidas em curso de costura para mulheres em situação de vulnerabilidade social – parceria entre o mandato da vereadora, Ouvidoria da Mulher e Clube de Costura do Grupo Mega Moda.
Para Aava, o acesso a insumos necessários ao período menstrual assegura dignidade de mulheres, especialmente daquelas em situação de vulnerabilidade social. “Infelizmente, o absorvente ainda é considerado item de segunda importância no Brasil, justamente por ser usado por mulheres e meninas”, destaca a parlamentar. Entre todas as violações de Direitos Humanos no sistema penitenciário brasileiro, mulheres privadas de liberdade ainda sofrem com falta de produtos de higiene e, por vezes, adoecem em razão do problema. “A promoção da dignidade menstrual é urgente, em todos os lugares, para todas as meninas e mulheres que precisam”, acrescenta.
Em dezembro de 2022, com sanção da Lei 10.865, de autoria de Aava Santiago, instituiu-se o Dia Municipal da Higiene Menstrual (28 de maio) e criou-se o Programa de Promoção da Dignidade Menstrual no Município de Goiânia.
Dignidade menstrual
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em 2022, mais de 713 mil garotas brasileiras não tinham acesso a cuidados com higiene menstrual – isto é, viviam sem banheiro ou chuveiro em casa. Mais de quatro milhões não tinham acesso a absorventes, sabonetes e banheiros, nem mesmo nas escolas. Os dados foram divulgados pelo UNFPA, em Brasília, durante o Fórum de Discussão sobre Dignidade Menstrual, evento que contou com a participação da vereadora goianiense.
Em presídios, por sua vez, 24,9% das presas não têm acesso a kit de higiene menstrual, conforme indica o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen). Assim, para conter o fluxo, utilizam tecidos velhos, jornais, papel higiênico e até miolo de pão – itens que podem gerar infecções e doenças graves.
“Um triste retrato da nossa realidade, seja pela falta de acesso a banheiros, saneamento básico, protetores menstruais ou informação. Já entregamos mais de dez mil absorventes em presídios e em ações junto à população em situação de vulnerabilidade, e vamos continuar”, comenta Maria Clara Dunck.
*Com informações da assessoria de comunicação da vereadora