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“Minha filha saiu de um jeito e voltou como um neném”, diz mãe de jovem que cheirou pimenta

Recebeu alta na tarde de segunda-feira (31/7), a jovem que teve uma parada cardiorrespiratória após cheirar um vidro de pimenta em conserva em fevereiro deste ano, na cidade de Anápolis (GO), a 55 km de Goiânia. Thais Medeiros, de 25 anos, teve uma grave reação alérgica ao cheiro do condimento e, em razão da parada cardiorrespiratória, desenvolveu uma lesão irreversível no cérebro. “Eu tive muito medo de trazer ela para casa, mas estava na hora”, diz a mãe, Adriana Silva Medeiros. “Minha filha saiu de um jeito e voltou assim, como um neném.”

Adriana conta com a ajuda do marido, Sérgio Alves Silva, para cuidar da filha e das duas netas, filhas de Thais, Valentina, de 8 anos, e Antonella, de 7. Comerciante, Sérgio fechou a loja para cuidar das crianças e Adriana também teve que deixar o salão para acompanhar o tratamento de Thais no hospital.

Segundo o médico geriatra Fernando Henrique de Paula, do Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer), onde Thais estava internada desde o dia 9 de abril, o quadro dela é um pouco melhor. Segundo o médico, ela chegou à unidade em uma condição grave e passou por diversas complicações, o que tornou a reabilitação inviável.

Entre as complicações Thais teve uma infecção fim de junho e outra provocada por fungos no local de uma cirurgia para retirada de abscessos, relatou a mãe. Durante os próximos seis meses, ela ainda fará tratamento para osteomielite, uma infecção óssea, e para escaras. De acordo com Adriana, foi a infecção e as escaras que impediram Thais de iniciar a reabilitação.

A jovem está acordada, mas não dá respostas neurológicas. Adriana conta que ela reage quando vê as filhas, e sempre presta atenção quando alguém entra no quarto. A família fez uma vaquinha online para arrecadar recurso para adaptar a casa às necessidades de locomoção de Thais e conseguiu R$ 172 mil. Uma vez por semana, uma equipe do Crer vai atender Thais em casa e, a cada 15 dias, ela terá consultas ambulatoriais no centro de reabilitação.

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