Esportes

Goiás de luto: CBDV lamenta morte de judoca paralímpico Leonel Filho

Em nota de pesar, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes (CBDV) lamentou a morte do judoca paralímpico Leonel Filho, que teve uma parada cardiorrespiratória no domingo (2/4) e acabou não resistindo. Natural de Petrolina de Goiás, o atleta estava tratando complicações de uma infecção urinária que se agravou. O velório foi na Capela da Funerária São Paulo, na T-10, Setor Bueno, nesta segunda-feira (3/4).

Em seu pronunciamento, a CBDV destacou a importância do medalhista paralímpico de judô para o esporte. Aos 60 anos, e sendo dos pioneiros da modalidade no país, ele deixa um legado “extraordinários para as futuras gerações.”

Uma história de garra
Leonel perdeu a visão aos 19 anos, em um acidente automobilístico. Começou lutando judô contra atletas do convencional e foi um dos pioneiros da vertente paralímpica da modalidade, que estreou na grade dos Jogos Paralímpicos de Seul 1988, na Coreia do Sul, com os homens – as mulheres seriam incluídas no evento apenas a partir de 2004, em Atenas. De lá, o então peso-pesado (acima de 95 kg) voltou para casa com uma medalha de bronze, assim como os colegas Jaime de Oliveira (até 60 kg) e Júlio Silva (até 65 kg). Foram as primeiras medalhas do judô paralímpico brasileiro na história do maior evento do planeta.
Ele participaria ainda de outras duas edições da Paralimpíada: Barcelona 1992 e Sydney 2000, ficando em quinto lugar em ambas. Ganhou ainda o bronze no Mundial de 1995, disputado em Colorado Springs, nos Estados Unidos. “Foi um atleta competitivo e responsável em suas atividades. Eu, ele e o Tenório trocávamos muitas ideias sobre treinamentos. O Leonel foi muito importante para o judô paralímpico”, diz o sensei Fernando da Cruz, treinador da Seleção Brasileira de 1995 a 2001.
Além do paradesporto, Leonel Filho também se dedicou à profissão de massoterapeuta e integrou um projeto para judocas em Aparecida de Goiânia. “Meu pai era um exemplo de superação e de guerreiro. Sempre teve força para buscar o melhor, pulando cada obstáculo que aparecia. E não pensava só nele, pensava em cada um que estava ao seu redor. Pensava o que de melhor ele poderia fazer. Um exemplo, um super-herói”, destaca Pedro, um dos três filhos que Leonel deixa (os outros são Regilene e Lucas). Também deixa os netos Anny Kelly, Guilherme Augusto, Liz e Théo, além da namorada Josefa.
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