Confira a equipe com a qual Ronaldo Caiado vai governar Goiás nos próximos 4 anos
A mudança será mais de conceito do que de pessoas. O governador quer uma gestão mais proativa, que apresente resultados já no curto prazo
As mudanças do segundo governo de Ronaldo Caiado (União Brasil) serão mais conceituais e práticas do que de pessoas. A primeira gestão fez ajustes cruciais, estabilizando as finanças públicas, e investiu no social, além de cuidar da segurança, da educação e da saúde com extrema atenção. Na segunda gestão, com as contas ajustadas, o governo — com um caixa de 10 bilhões de reais — poderá fazer mais investimentos em, por exemplo, obras de infraestrutura.
Ao mesmo tempo, o governo vai radicalizar o apoio aos programas sociais, que, além da assistência em si, serão mais inclusivos. O objetivo é ampliar a cidadania — para além da mera retórica — em todo o Estado. Do ponto de vista estritamente econômico, um dos objetivos é levar crescimento e desenvolvimento para todas as regiões. Durante anos, numa política equivocada, centralizou-se o desenvolvimento, postulando-se que era uma exigência do mercado. O que se sabe é que, se o governo estabelecer metas factíveis, com apoios precisos e estáveis, a iniciativa privada pode investir, por exemplo, no Nordeste e no Norte goianos.
Do ponto de vista do dia a dia, a nova gestão de Ronaldo Caiado vai cobrar mais de seus auxiliares. Chegou a hora da ação e dos resultados, não se quer saber de projetos maravilhosos mas que não saem do papel, e de nenhum pompa. O governador vai acompanhar as ações de cada secretaria, que terão de apresentar resultados. Por isso, o secretário que será indicado no dia 1º de fevereiro pode ser permanente, mas também pode ser provisório. Secretários que cumprirem metas, que transformaram projetos em desenvolvimento, certamente serão confirmados para os próximos quatro anos. Aqueles que são adeptos do discurso como figura central, mas não conseguem transformá-lo em resultado eficaz para a sociedade, certamente terão, no médio prazo, de pedir o boné.
Como as mudanças serão mais no sentido de reconceituar o governo, de colocá-lo ainda mais a serviço da sociedade, Ronaldo Caiado não vai fazer, no primeiro escalão, grandes mudanças. Ele está dando uma chance àqueles que viveram dias difíceis, entre 2019 e 2022, de mostrarem serviço, entre 2023 e 2026.
Secretaria da Economia — Cristiane Schmidt
A tendência é que Cristiane Schmidt seja confirmada. Porque mostrou eficiência e tutano no primeiro governo, o dos cortes. A questão central agora é que precisa entender que o novo governo será de investimentos, de projetos vitais para a sociedade. Como parece ter entendido o que se espera dela — aumentar a arrecadação (mesmo na crise) e ousar no investimento, de maneira rápida e não burocrática —, vai permanecer. A competência e a integridade da economista são cruciais para sua provável continuidade. Quanto a abrir canais no governo federal, Ronaldo Caiado, com o apoio do vice-governador Daniel Vilela, será o agente desta ação.
A área de planejamento deve permanecer na Secretaria de Economia.
Secretaria Geral da Governadoria — Adriano Rocha Lima
O executivo Adriano Rocha Lima foi o primeiro nome anunciado pelo governador Ronaldo Caiado. Porque é a grande figura criativa do governo.
Adriano Rocha Lima é um formulador nato e tem amplo conhecido de todas as estruturas do governo do Estado.
Secretaria da Educação — Fátima Gavioli
Permanece a professora Fátima Gavioli. É fato que melhorou a Educação em Goiás. Mas agora o que se espera é o salto qualitativo, não a comemoração do que já se fez. Na avaliação de Ronaldo Caiado, a Educação pública de qualidade é uma porta aberta para a inclusão social dos pobres.
Saúde — Sérgio Vêncio
O médico Sérgio Vêncio fica por vários motivos. Primeiro, é competente. Segundo, é ágil. Terceiro, é decente. Não há, com o secretário, nenhum esquemão, esquema ou esqueminha com organizações sociais. Ao mesmo tempo, é diplomata, ainda que firme, e equilibrado.
O governo de Ronaldo Caiado pretende fazer uma espécie de revolução na saúde, melhorando e ampliando o atendimento. Sérgio Vêncio é a pessoa certa no lugar certo.
Secretaria de Infraestrutura — Pedro Sales
Pedro Sales será um supersecretário. Estão afeitos à Seinfra a Goinfra, a Saneago, a Codego e Agehab.
O executivo é uma das estrelas do governo de Goiás, por causa de sua eficiência. Ele destrava aquilo que a burocracia trava.
Saneago — Alexandre Baldy
O diretor-presidente Ricardo José Soavinski tende a sair. Ele havia assumido o cargo com o objetivo de preparar a privatização da companhia de saneamento de Goiás. Porém, como a Saneago tende a não ser privatizada, se tornou uma “ideia” fora do lugar. O empresário Alexandre Baldy quer assumir o cargo, dada sua experiência como ministro das Cidades do governo do ex-presidente Michel Temer. Visto como um político e técnico proativo, pode dinamizá-la. A ressalta é que, se assumir a Saneago, o pP perde a Secretaria de Indústria e Comércio.
Frise-se que Alexandre Baldy ainda não foi indicado.
Secretaria de Indústria e Comércio — José Santana Braga
O trabalho do secretário Joel Santana Braga Filho é apontado como “eficiente” pelo governo e pelos empresários. Mas a questão é política, e, sendo assim, o cargo é do pP. Se ficar com a Saneago, para Alexandre Baldy, o Progressistas perde a SIC . Se mantiver a secretaria, não ganha a Saneago. O problema é — mais do que de Joel Santana — de Alexandre Baldy, do deputado federal Adriano do Baldy, do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, e da deputada Vivian Naves.
Comenta-se que, dependendo da posição do pP em relação a cargos, o executivo César Moura pode assumir a SIC.
Secretaria do Meio Ambiente — Andréia Vulcanis
Os balcões de aposta sugeriam que Andréia Vulcanis sairia do governo. Pois, desde a indicação de Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente, a cotação da secretária de Goiás voltou a subir. De acordo com uma fonte, as duas se dão bem.
Secretaria da Agricultura
Ronaldo Caiado e o presidente da Federação da Agricultura no Estado de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, fumaram o cachimbo da paz. A articulação dos dois, portanto, pode gestar um “pacotão” que incluirá a Secretaria da Agricultura, a Agrodefesa, a Emater e a Ceasa. Tiago Mendonça pode permanecer na Secretaria da Agricultura? Não se sabe. O que se comenta é que Schreiner já opera com dois outros nomes.
Detran — Marcos Roberto Silva
O presidente do Detran, Eduardo Machado, pode ficar no governo. Mas a tendência é que seja remanejado. Marcos Roberto Silva é cotado para voltar à chefia do órgão. A pergunta que se faz é: “Ele quer?” Tudo indica que não. Porém, como aliado de primeira hora de Ronaldo Caiado, o advogado, tão eficiente quanto decente, é um executivo que cumpre missões.
Secretaria de Comunicação — Gean Carvalho
O jornalista e pesquisador Gean Carvalho é o nome mais cotado.
Bruno Rocha Lima chegou a ser mencionado. Mas Carvalho é apontado como mais experiente.
Secretaria de Cultura
Há quem fale em Carlos Willian Leite, Alexandre Parrode, César Moura ou Kleber Adorno.
O fato é que a Secult vai entrar na negociação política.
Ipasgo
A deputada Flávia Morais e o deputado estadual George Morais, do PDT, vão indicar o presidente, com o adendo de que o dirigente precisa ter conhecimento da área e ter nome limpo no mercado.
Esporte — Lucas Vergilio
Já estaria definido: será Lucas Vergilio, presidente do Solidariedade em Goiás e deputado federal (seu mandato acaba em fevereiro).
Agência de Fomento — Eurípedes José do Carmo
O ex-prefeito de Bela Vista Eurípedes José do Carmo deve ser mantido. O Podemos, partido que presidirá, deve ficar com este cargo de primeiro escalão. Felipe Cortês, do Podemos, é cotado para uma assessoria especial.
Secretaria de Segurança Pública — Coronel Brum
O coronel Renato Brum deve ser confirmado no cargo, assim como os chefes da Casa Militar e dos Bombeiros. Falta definir se o comandante geral permanecerá. De Brum, um auxiliar de Ronaldo Caiado diz: “Não é midiático, mas é eficiente e correto”.
Secretaria do Desenvolvimento Social
Joel Santana é cotado. Mas o fato é que o secretário (ou secretária) será definido pela primeira-dama, Gracinha Caiado.
Codego — Fião de Castro
A tendência é que seja fatiada. Parte pode ficar com a Secretaria de Indústria e Comércio e a outra parte com a Seinfra. O governo teme que a Codego se transforme num “cabide de empregos”. Porém, o atual presidente Fião de Castro, pai do deputado Renato de Castro, tende a ficar no comando. Ao menos de uma das fatias.
Secretaria do Entorno de Brasília — Hildo do Candango
No momento, a disputa de dá entre Hildo do Candango (Republicanos), ex-prefeito de Águas Lindas, e o deputado federal Célio Silveira (MDB). O governo quer articular o comando da secretaria com os prefeitos da região.
Casa Civil — Vilmar Rocha
O PSD, como é um grande partido, terá uma secretaria. Vilmar Rocha é cotado para a Casa Civil. E não adianta tentar empurrar outro nome. O político, maduro e prestigioso (local e nacionalmente, pois é ligado a Gilberto Kassab), que se quer é o presidente do PSD.
Secretaria de Governo — Álvaro Guimarães
O deputado estadual Álvaro Guimarães é cotado para assumir o cargo.
Álvaro Guimarães também é cotado para assumir a direção-geral da Assembleia Legislativa de Goiás na gestão do deputado Bruno Peixoto, que deve ser eleito em fevereiro.
Sobre o vice-governador Daniel Vilela, o jornal ouviu o seguinte de uma fonte: “Daniel que visibilidade e trabalhar, pois é disposto e não tem preguiça. Portanto, ‘solto’, sem uma secretaria que burocratize sua ação, pode atuar em todo o governo. Pelo que se sabe, Ronaldo Caiado, por considerá-lo proativo, lhe dará trabalho, muito trabalho. Será um operador dentro do governo”.(E. F.B.)