Lula diz que não pode dar aumento do salário mínimo porque enxergam ‘tudo’ como ‘gasto’
Presidente da República falou sobre ajuste acima da inflação durante a posse da presidente da Caixa, Rita Serrano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (12) que o governo não pode dar aumento de 3% no salário mínimo por causa das críticas que recebe. O chefe do Executivo federal afirmou que se considera “tudo” como “gasto”. “Tudo o que a gente faz é gasto”, disse o petista. O discurso ocorreu durante a posse da presidente da Caixa, Rita Serrano.
“A gente não pode dar aumento de salário-mínimo de 3%, porque é gasto. Não dá certo. Não é possível”, afirmou Lula. “Nós vamos ter que construir uma outra narrativa nesse país. Tudo que a gente fizer para melhorar a vida do nosso povo tem que ser tratado como investimento”, argumentou.
O valor atual do salário mínimo, R$ 1.302, foi estabelecido por uma medida provisória assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2022. O aumento foi de 1,41% acima da inflação — o valor anterior era R$ 1.212. Contudo, o Orçamento de 2023, já aprovado pelo Congresso Nacional, prevê um mínimo de R$ 1.320.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não há confirmação de que o salário mínino subirá para R$ 1.320 ainda em 2023, mesmo tendo sido esse o valor aprovado pelos parlamentares. De acordo com ele, o valor reservado no Orçamento Federal deste ano para a medida — cerca de R$ 6,8 bilhões — não se mostrou suficiente.
Isso ocorreu, de acordo com Haddad, devido ao crescimento do número de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), já que os pagamentos costumam ser atrelados ao salário mínimo. Segundo o ministro, o governo estuda o que fazer e pretende discutir o assunto com sindicatos e entidades representativas.
“O relator, depois que o Orçamento foi encaminhado, reforçou a dotação do Ministério da Previdência [Social] em R$ 6,8 bilhões, com o objetivo de que o reajuste pudesse ser maior que o previsto. E esse recurso do Orçamento foi consumido pelo andar da fila do INSS”, completou.