O Sambódromo da Marquês de Sapucaí foi palco, na noite de terça-feira (4/3), de um espetáculo de cores, emoções e mensagens profundas, marcando o último dia de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Quatro escolas de samba — Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos da Grande Rio e Portela — levaram à avenida enredos que mesclaram conscientização, homenagens e celebração da cultura brasileira.
A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu a noite com um desfile futurista, alertando sobre os impactos do uso indiscriminado da tecnologia. Com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”, a escola apresentou fantasias e carros alegóricos que transportaram o público para um mundo de inovação e reflexão.
Em seguida, a escola Paraíso do Tuiuti emocionou a plateia com o enredo “Glória ao Almirante Negro”, uma homenagem a Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil. A comissão de frente, composta por 15 mulheres trans, foi um dos momentos mais marcantes do desfile. Apesar de enfrentar atrasos devido ao tamanho dos carros alegóricos, a escola conseguiu transmitir sua mensagem de resistência e diversidade.
A escola Acadêmicos da Grande Rio trouxe para a avenida a força das águas amazônicas com o enredo “Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”. O desfile também marcou a despedida de Paolla Oliveira como rainha de bateria da agremiação, encerrando um ciclo de grande destaque para a atriz.
Fechando a noite, a Portela homenageou o icônico cantor Milton Nascimento. O público recebeu o artista de pé enquanto ele desfilava em um trono dourado, celebrando sua trajetória musical. Cada ala da escola representou momentos marcantes da carreira de Milton, com as baianas interpretando as “Marias”, em referência à canção “Maria Maria”.
A apuração dos pontos, que definirá a grande campeã do carnaval carioca, será na tarde desta quarta-feira (5/3).
